21 de jul. de 2008

Maria João Melo _okedesigner


Trata-se da criação de um trinómio organizacional que combina design, ciência e tecnologia, congregando os factores determinantes para a competitividade – a localização, a inovação tecnológica, o modelo organizacional e a criatividade - num ambiente que favorece, intensifica e conjuga as relações entre a indústria transformadora com as universidades nacionais, para que se obtenha a aplicação do conhecimento a produtos e/ou processos. Acentuando assim a importância de uma cultura de inovação através da contribuição da disciplina do design nos Centros Tecnológicos, cuja proximidade sectorial à indústria e simultaneamente às universidades tenha como consequência, a criação de valor pelo fabrico de bens com um adequado grau de inovação acessível a todos os sectores e dimensões da indústria transformadora nacional. Contribui para o crescimento económico que advém da actividade criativa, reforçando a necessidade da passagem da aplicação do design para um nível mais elevado, o do design de nível estratégico. A sustentabilidade económica do país por via do aumento da competitividade da indústria transformadora nacional depende do incremento da exportação de produtos com maior valor acrescentado. Por sua vez, para que os bens nacionais subam na cadeia de valor, há que impulsionar o seu grau de inovação a se inscrever no domínio da inovação radical, através do fabrico de produtos mais avançados e inovadores. Para tal, é necessário fomentar nos gestores da indústria transformadora portuguesa, independentemente da dimensão de suas empresas, a apetência para a valorização do desempenho dos recursos criativos, tendo como cenário de futuro a capacidade de prospectiva económica. Assim, a utilização do design a nível operacional deverá ser complementada com a utilização do design a um nível mais elevado de desempenho, o do design estratégico, o que determina a adopção de um novo modelo organizacional que integre designers numa das infra-estruturas tecnológicas do sistema nacional de inovação, na qual se enquadram os Centros Tecnológicos, para a criação de um ambiente propício ao desenrolar de boas práticas para inovação. A partir da aplicação da gestão de design como recurso estratégico, adequadamente sedeada nesta infra-estrutura nacional, poderão existir oportunidades de aproveitamento da inovação gerada pelas universidades transformando a oportunidade inovadora em vantagem competitiva, onde os Centros Tecnológicos desempenharão o papel de mediação entre a indústria transformadora nacional e aquele recurso, para que se obtenha como resultado a sua aplicação a produtos e/ou processos. Através desta interacção almeja-se a criação de produtos patenteados, fabricados por um tecido industrial renovado e reconhecido, apto a estabelecer regras diferenciadoras, e por tal, possa ambicionar novos ou redefinir mercados, impondo-se com a medida adequada entre qualidade e valor, incluindo a valorização da propriedade intelectual